talvez eu tenha me encantado por sua juventude vibrante. talvez eu tenha te achado bom o bastante, bonito o bastante. e o bastante poderia ser, se o imaginado pudesse ser real. sempre admirei seu olhar de menino e a leveza com que olhava a vida, apesar das roupas que demostravam certa maturidade precoce. enquanto eu, que cheguei aqui um pouco antes de você, amargurava como um ranzinza, mas que se recusa a crescer.
eu te olhava sentado perto de mim, lembrava daquela canção que diz “sou um velho, mas somos dois meninos”, porque era ali, conversando com você, trocando cigarros, dividindo copos de cerveja, que tudo fazia mais sentido. por mais que algo impedisse a gente de avançar.
lembro que no início eu resisti a me aproximar, fazia de tudo pra não ter que falar com você. mas então as músicas passaram a me tocar de outro jeito. o cheiro que você deixava na camisa que eu te emprestava quando o ar-condicionado te deixava com frio fazia com que meu corpo se enrijecesse, e os pelos se esticassem como se tivesse colocado o dedo úmido em uma tomada.
gosto de lembrar daquele presente, que não foi melancólico, já que nunca cogitamos possibilidade de futuro entre a gente. aceitamos que nosso destino se cruzou ali, mas que em algum momento seguiríamos por outras estradas.
faixa #1: para onde irá essa noite?
faixa #2: sombras no verão
faixa #3: eu te odeio
faixa #4: days of why and how
faixa #5: i want you to love me
faixa #6: zero
faixa #7: erro